Criado no século XVIII pelo italiano Bartolomeo Cristofori, o piano é tido hoje como um dos instrumentos musicais mais estilosos. E não é por menos: usado na composição dos primeiros grandes clássicos de artistas como Mozart e Beethonven, esta maravilhosa caixa composta basicamente por madeira, cordas, teclas e pedais proporciona aos músicos a capacidade de tocar diferentes linhas melódicas e elementos harmônicos ao mesmo tempo. Mas existe muito mais por trás disso.
A história do piano, assim como a de vários outros instrumentos musicais que conhecemos hoje, remonta de muito antes do seu surgimento no século XVIII. Durante a idade média, por exemplo, já se faziam diversas cantorias (regadas a vinho, na maioria das vezes) em volta de clavicórdios e cravos, seus primos mais velhos. No entanto, foi com a chegada do Fortepiano (primeira versão do que viria a ser o piano que conhecemos hoje) que o cenário musical da época começou a tomar forma.
E assim era o clavicórdio, primo distante (mas nem tanto) do piano.
Além dos já citados Mozart e Beethoven, Chopin também está entre os grandes nomes que acabaram se rendendo (e até descobrindo) ao som das cordas do piano entre os séculos XVIII e XIX. Segundo Maria Teresa Mendes de Castro, doutora em música pela UFMG e autora da pesquisa A formação da vida musical de Belo Horizonte: sua organização social em torno do ensino de piano, assim como aconteceu em outras cidades do Brasil, em BH “o som do piano veio antes da capital”. Além disso, ela continua, “destacamos o piano como instrumento responsável pela apropriação musical da população da cidade, assim como em todo o país, e responsável pela presença da música nos clubes que não tinham orquestras próprias”.
Com o passar do tempo, e a divulgação cada vez maior do Blues e do Jazz através dos discos, estes ritmos tomaram de assalto o cenário antes dominado em boa parte pela música erudita. E como não era fácil e nem barato ter um piano no começo do século XX, demorou algumas décadas para que não apenas os clubes mais elitizados conseguissem transmitir o som produzido por aquele instrumento. Foi preciso esperar para que boa parte da população tivesse um rádio ou um toca-discos em casa para que finalmente as pessoas pudessem botar os ouvidos naquela música antes feita apenas ao vivo.
Hoje, mais de 300 anos depois de dar as caras no mundo, o piano é mais um ícone de sofisticação do que qualquer coisa, estando presente desde em trilhas de video-games (e tai o Martin Leung que não nos deixa mentir) até nos clássicos do Rock, como na eterna Let It Be dos Beatles. Por isso que ter um destes em seu casamento pode dar aquele toque que faltava.